A hipnose é tão antiga quanto a própria história do homem. Há provas de que os egípcios, os romanos e os astecas já utilizavam a técnica no tratamento de doentes. Para os ocidentais, a hipnose moderna começou com o médico alemão Franz Anton Mesmer, no século 18. Mas as maiores descobertas aconteceram na segunda metade do século 19, graças aos trabalhos de clínicos como Charcot, Liebeault e Bernheim.
A hipnose foi o ponto de partida de Freud e dos primeiros psicanalistas. No início do século 20, o psiquiatra americano Milton Erickson revolucionou a hipnose ao considerá-la um evento naturalmente presente em nosso cotidiano.
De acordo com a British Medical Association, a hipnose é um “temporário estado alterado de atenção do sujeito”, que pode ser induzido por um operador. Neste momento, é possível acontecer vários fenômenos, tanto espontâneos como em resposta a estímulos verbais ou de outra natureza (toques, sons). Para a psicóloga Adriana de Araújo, especializada no tratamento de fobias, a hipnose é uma forma intensa de pensar, com conseqüências no corpo e na atividade neural. O que, na prática, significa entrar em contato direto com as emoções que devem ser conectadas para a superação de alguma questão emocional. "É como se abríssemos uma janela para estabelecer um diálogo com o inconsciente, com nossas habilidades que estão adormecidas ou mesmo com recursos internos que devem ser desenvolvidos", diz.
Nada de sono…
Durante muito tempo confundiu-se a hipnose com o sono devido ao fato de poder haver um relaxamento físico enquanto a pessoa está em transe. A hipnose tampouco é um estágio anterior ao dormir. "O transe hipnótico é, na verdade, um estado de consciência, de atenção focalizada, mas simultâneo ao estado natural. Se quiser, o indivíduo se lembra de tudo o que acontece à sua volta durante uma sessão", explica Adriana de Araújo.
Segundo a psicóloga, para entender a hipnose é preciso esquecer todo o tipo de absurdo que você já viu sobre o tema na televisão ou no cinema. “Sabe aquelas histórias onde o hipnotizado obedece aos comandos do hipnotizador, fazendo coisas das quais não se recorda depois? Esqueça!”, recomenda a hipnoterapeuta.
A técnica hipnótica tem aplicações mais úteis. "Hoje, ela é usada para diagnósticos e tratamentos em várias áreas. Na Psicologia, em casos de pânico, fobia, transtornos e depressão, por exemplo. Na Medicina e na Odontologia, a hipnose é uma ferramenta empregada na preparação para cirurgias e no controle de dores crônicas. Também atua de forma eficaz nos distúrbios psicossomáticos, ou seja, aqueles de fundo emocional, como pode acontecer em alguns casos de alergia, asma, gastrite e até câncer", enumera Adriana de Araújo, autora do livro O Segredo para Emagrecer.
A principal vantagem da técnica, apontada pela profissional, é que a hipnose encurta o tempo de tratamento, que varia de uma sessão a alguns meses dependendo da pessoa e do problema, enquanto a terapia tradicional pode levar anos.
Fiscalização
A seriedade do método é reforçada pelo fato de que os conselhos federais de Psicologia, Medicina e Odontologia aprovam e regulamentam o uso da hipnose como recurso auxiliar de trabalho dos profissionais dessas áreas. A hipnose não é medicina alternativa, nem especialidade médica, mas, um instrumento terapêutico que pode ser usado como coadjuvante em tratamentos. Há inúmeras pesquisas cientificas sobre o tema. É possível encontrá-las em vários bancos de dados de pesquisa cientifica.
A maioria das pessoas pode ser hipnotizada – de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 90% da população mundial estaria apta a entrar em transe. Afinal, se é um estado de atenção focalizado por um determinado tempo, muitas pessoas conseguem isso de forma espontânea. Mas nem todas devem ser. “A hipnose não é indicada para pacientes em surto psicótico, uma vez que estes já estão em 'estado alterado' e não têm a concentração necessária. Todas as outras pessoas podem ser hipnotizadas. Para cada caso, será usado um tipo de indução, para algumas o transe mais profundo, para outras o transe de forma mais leve. Isso vai depender da queixa e do que é necessário ser trabalhado, organizado e ensinado para que a pessoa supere seus problemas”, afirma Adriana de Araújo.
O que acontece numa sessão de hipnose?
1) Atualmente, quase não se usa mais o pêndulo para induzir à hipnose. "Esse objeto é apenas uma das formas de 'cansar o paciente', cansar a mente de tal maneira que a pessoa acaba relaxando e se soltando para o exercício. É mais comum pedir para a pessoa olhar um ponto fixo, procurar não pensar em nada, relaxar ou se concentrar em algo específico (de certa maneira fazemos isso sem que nos seja orientado, quando estamos em contato com algo que gostamos, pensamos muito sobre isso e acabamos por nos desligar de outros assuntos ou coisas à nossa volta)”, diz Adriana de Araújo;
2) Para induzir ao transe, o hipnoterapeuta usa a comunicação verbal – por meio de palavras de sugestionabilidade que visam atingir as organizações conscientes e inconscientes da mente – ou a comunicação não verbal – constituída de toques no corpo, sons ou músicas que são dirigidos às estruturas inconscientes ou analógicas da mente do sujeito;
3)Ao final da sessão, o paciente pode lembrar de tudo o que foi dito durante o transe ou não (assim como numa conversa, num filme, numa aula, às vezes não registramos conscientemente tudo), quando se esquece, ocorre o fenômeno da amnésia que pode ocorrer por comando do terapeuta ou por vontade do próprio paciente, ocorrendo de forma espontânea. A pessoa sempre sabe onde está e tem total consciência do que faz e pensa (a sensação é similar a do sonho);
4) As experiências que temos durante a vida tornam-se ‘nossa bagagem’ e aprendizado. Durante o transe hipnótico é possível desenvolver novas aprendizagens, reformular o pensamento, aprender outros hábitos, descobrir qualidades insuspeitas. “O que vivemos não pode ser modificado, mas é possível criar uma nova moldura, transformando a percepção do viver e conseqüentemente adquirindo outros comportamentos e atitudes perante a vida com o auxílio da hipnose”, defende a psicóloga.
Distúrbios que podem ser tratados por meio da hipnose:
-Anorexia nervosa;
-Ansiedade;
– Asma;
-Bulimia;
-Dependência de drogas, álcool e cigarros;
-Depressão;
-Dificuldades de aprendizagem;
-Distúrbios sexuais;
-Dor;
-Estresse;
-Estresse pós-traumático;
-Fobia social;
-Gagueira;
-Insônia;
-Obesidade;
-Síndrome do Pânico;
-Sonambulismo;
-Timidez;
-Transtorno Obsessivo- Compulsivo (TOC);
– Vícios e manias.
Adriana de Araújo
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