Terceira idade – mais uma fase de auto-descobrimento

Segundo alguns autores, a terceira idade tem início aos 50 anos. Entretanto, para outros, esse período começa apenas quando o indivíduo completa 60. Independente do seu início exato, o importante é a atitude desempenhada por cada indivíduo. Dessa forma, a idade não se torna requisito básico para que cada pessoa possa contribuir para uma melhora, seja familiar, profissional ou social. A participação de pessoas da terceira idade, bem como de qualquer outro período da vida, será sempre respeitando a sua

realidade individual (condições físicas, culturais, intelectuais, o que pensa sobre si, interesses, entre outros aspectos).

Durante as diversas fases da vida, cada ser humano vai se desenvolvendo em diversos pontos e normalmente são esses os que mais lhes motivam. Por motivação pode-se entender o que move alguém a fazer algo, que lhes dá prazer em realizar. Um adulto, por exemplo, já não possui mais a mobilidade de uma criança, entretanto aprendeu a desempenhar com primor uma profissão. Esse aprendizado se deu através de anos de experiências, sejam elas teóricas ou práticas. Ao longo da vida, haverá sempre perdas e ganhos. O que ocorre muitas vezes, é que as pessoas esquecem de focar sua atenção nos pontos positivos, nas novas aprendizagens e canalizam suas energias na tentativa de resgatar o próprio passado e junto dele tudo aquilo que desempenhavam bem. O resultado de um comportamentos como esse, costuma ser a baixo auto-estima.

A baixa auto-estima ocorre, normalmente quando o indivíduo deixa de perceber suas qualidades e capacidades, mas percebe bem o que lhe falta. Esse pensamento aumenta o sentimento de desmotivação, falta de prazer para realizar as tarefas. Saber reconhecer seus limites é algo extremamente importante, inclusive para poder fazer algo a respeito. É através do conhecimento que se pode atuar sobre esses aspectos e criar novas formas de lidar com possíveis situações indesejadas. Entretanto, o problema acontece quando o indivíduo enxergar apenas o que não tem, e somente isso. O que ocorre, é que por fim, acaba criando novas barreiras, além das que já tem, para o seu desempenho.

Para reverter uma situação como essa, um dos pontos principais, pode-se dizer, que é a percepção desse comportamento inadequado. Afinal, cada ser humano vai ter suas características e com elas algo que se saiba fazer melhor. A comparação com outras pessoas, normalmente gera problemas quando só se vê, novamente, o que não se faz igual ao outro, esquecendo de que cada indivíduo possui diferentes qualidades.

Dessa forma, aprender a se adaptar se torna fundamental em todos os períodos da vida. Mudanças sempre ocorreram, ocorrem e ocorrerão. Durante a fase da terceira idade, o que diferencia das demais anteriores, é a experiência vivida ao longo dos anos. Treinar a flexibilidade também se faz necessário.

Muitos confundem comportamento com idade. Independente de quantos anos já se viveu, há pessoas que se pode nomear como sendo do “SIM” e outros que são do “NÃO”. Indivíduos do “SIM” são aqueles para quem tudo é possível: estão sempre prontos a colaborar, a testar idéias novas, a empenhar o seu tempo com um novo projeto, transformando sonhos em realidade. Já as pessoas do “NÃO” são aquelas que para quem nada é possível: vivem dizendo que “já viram esse filme antes”, que estão sempre ocupadas mesmo sem fazer nada, acreditam que estão cumprindo seu dever apenas em criticar, sem participar, ou fazer alguma coisa, e por fim, acabam vivendo isoladas.

Na terceira idade, o auto-conhecimento também ocorre através do luto. Essa é uma experiência da qual as pessoas passam por um período de perdas mais freqüentes devido a idade mais avançada. As perdas podem ser diversas: morte de parentes ou amigos, aposentadoria, filhos que se casam e deixam de morar com os pais, entre outras.

Ao experienciar essas situações o indivíduo acaba tendo que aprender a lidar com a falta, e tudo aquilo que isso simbolizava para essa pessoa em sua vida. Além da perda, sem dúvida nenhuma, se torna um momento de mudança que requer adaptação. Esse é um período que remete a reflexões sobre seus medos internos. Pensamentos como: “será que serei capaz de resolver isso?”, “será que eu posso mudar?”, “o que farei agora, daqui para frente?”, “como estarei daqui a tantos anos?” se tornam constantes. A morte de pessoas queridas, pode remeter a pensamentos sobre a própria morte. A aposentadoria também é vista como uma situação, as vezes, ameaçante, pois ao mesmo tempo em que é chegada a “hora de poder curtir a vida” é também o momento em que a pessoa deixa para atrás uma vida de trabalho. Esse indivíduo viveu sua vida por um longo tempo e passa agora a deparar com a interrupção dessa rotina. Essa situação passa a ser mais uma perda que se instala. O preenchimento da falta está presente a todo momento para que o caminho da vida possa continuar a ser percorrido com motivação, interesse, empenho e prazer.

É importante lembrar que o interessante não é evitar essas perdas, mas aprender a superá-las, dessa maneira, estando superior a elas, de tal forma que se possa lidar e resolvê-las, podendo assim, continuar vivendo a vida da melhor forma, tanto para si quando para os outros a sua volta. Em decorrência disso, o indivíduo adquire uma melhor qualidade de vida.

Adriana M. A. de Araújo
Psicóloga clínica e hipnoterapeuta ericksoniana. – CRP: 06/56802-5

Consultoria via Skype
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Fonte: Adriana de Araújo

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