Hipnose Ericksoniana – Proposta moderna para tratamento

Hipnose ericksoniana – Proposta moderna para tratamento individualizado:
Ao utilizar o transe hipnótico como ferramentas psicoterapêutica, Milton Erickson compreendeu a importância de respeitar e validar as respostas individuais para esse fenômeno.
Durante o tratamento psicológico é possível haver um processo educativo, de orientação, recuperação e modificação do que leva determinada pessoa a ter certo comportamento indesejado.

É possível auxiliar, proporcionando o ajustamento psicológico de modo a tornar efetiva a superação e solução de conflitos e problemas diversos, tais como ansiedade, depressão, medos, insegurança, angústia, falta de perspectiva, mudanças de humor etc.
A hipnose é um instrumento importante que pode ser usado no tratamento de inúmeros sintomas em diferentes diagnósticos. O termo hipnose passou a ser utilizado a partir do século XIX, embora os fenômenos hipnóticos sejam tão antigos quanto a existência do homem na Terra. Esses fenômenos são universais e fazem parte da vida cotidiana. Os primeiros registros datam do século XXX a.C., no Egito, através de escritos indicando que sacerdotes induziam a um estado hipnótico.
O significado da palavra hipnose vem do grego hypnos, sono. Mas na verdade não é isso que acontece. A hipnose modifica o padrão de consciência; o indivíduo focaliza sua atenção por meio de uma indução ou de uma auto-indução, concentrando a mente e direcionando seus pensamentos intensificando a atividade cerebral. É um processo diferente, por exemplo, do que ocorre num relaxamento ou de quando estamos dormindo.
Os fenômenos hipnóticos podem ser descritos como sendo: rapport (sintonia, aliança terapêutica), catalepsia (imobilização, ausência da vontade de se mover), dissociação (pensamento/ sensação/ sentimento de ser duas pessoas numa só, sendo possível executar coisas diferentes ao mesmo tempo), analgesia (diminuição da intensidade da sensibilidade à dor), anestesia (não sentir parte do corpo), regressão de idade (recordação de algo como se estivesse vivendo aquilo pela primeira vez), progressão de idade (ver-se no futuro realizando coisas), distorção do tempo (falta de percepção do tempo cronológico), alucinação positiva (ter a percepção de algum dos cincos sentidos de algo que não está presente), alucinação negativa (falta de percepção de algum dos cincos sentidos de algo que está presente), amnésia (não lembrança de partes ou de tudo que aconteceu), hipermnésia (lembrança aguçada de algo), atividade ideossensória / ideomotora (sinalizações com o corpo em resposta a um comando), sugestão pós-hipnótica (execução pós-transe de algo pedido durante o transe).
Monoideismo
Se a hipnose tivesse sido criada a partir do que se conhece hoje de seus fenômenos e efeitos sobre corpo e mente, provavelmente não teria esse nome. James Braid, após ter cunhado esse termo, pensou em mudá-lo para monoideísmo, mas então o termo hipnose já estava em uso.
Com o decorrer do tempo o recurso passou a ser utilizado em diferentes situações na tentativa de encontrar a cura dos sintomas e sua compreensão. A mente humana e seus efeitos sobre o corpo são ainda hoje poucos conhecidos e parecem, muitas vezes, algo misterioso, sem explicação. A hipnose e seus efeitos sobre a mente humana ganham cada vez mais espaço em pesquisas e estudos que vêm comprovando sua eficiência no tratamento terapêutico.
Uma pessoa hipnotizada pode entrar em um transe leve, médio ou profundo. Essa variação pode ser pessoal e até mesmo momentânea. Durante um transe leve é possível perceber sinais como: catalepsia, diminuição dos movimentos, respiração e pulso lentos e, às vezes, sinais ideomotores. Num transe médio a catalepsia é mais acentuada, os músculos da face ficam soltos, o movimento de deglutição fica diminuído, há sinais ideomotores, movimentos oculares e respiração lenta. O transe profundo é parecido com o estágio anterior ao sono, podendo ocorrer movimentos rápidos dos olhos (sono REM, segundo a sigla em inglês), é possível abrir os olhos de forma acordada “diferente”, mas estes ficam vidrados e fixos, ou permanecem num olhar vago, pode-se falar e andar, numa atividade semelhante ao sonambulismo.
No veneno está o antídoto
Milton Erickson (1901 – 1980), psiquiatra norte-americano, estudou e desenvolveu a comunicação para melhor atender seus pacientes utilizando a hipnose como ferramenta básica de trabalho. Logo cedo ele percebeu que cada indivíduo respondia diferentemente às técnicas e aos estímulos apresentados, e por isso passou a utilizar a hipnose de forma única; adaptada à realidade individual apresentada pelo paciente. Milton Erickson direcionava a atenção de seu cliente para aspectos de interesse e utilizava a linguagem pessoal (a forma como cada pessoa se comunica com ela mesma) a seu favor.
A hipnose é uma forma de comunicação que pode provocar mudanças no pensamento, no sentimento e no comportamento. Embora as pessoas procurassem Milton Erickson com dificuldades, problemas e doenças aparentemente iguais aos manifestados por tantas outras, os motivos da queixa eram diferentes para cada paciente. E, na medida que se respeitava essa individualidade, sem seguir regras gerais e padrões pré-estabelecidos acerca do comportamento humano, os pacientes melhoravam de forma mais rápida e eficaz. Milton Erickson, conduzia seus pacientes a um novo estado, proporcionando a esperada remissão dos sintomas. Ele utilizava aquilo que o próprio paciente trazia como ferramenta para a cura e o encontro de novas saídas. Muitas vezes, “o antídoto era feito com o próprio veneno” ou ele entendia que “o problema em si fazia parte da solução”. Milton Erickson contava histórias, usava metáforas, propunha tarefas e sugeria atividades como forma de intervenção.
As experiências vividas se tornam aprendizagens e durante o transe hipnótico é possível desenvolver novas aprendizagens, reformular o pensamento, aprender outros hábitos, descobrir qualidades insuspeitas. As experiências vividas não podem ser modificadas, mas é possível criar uma nova moldura, re-enquadrando e transformando a percepção do viver e conseqüentemente adquirindo outros comportamentos e atitudes perante a vida.
Pode-se dizer que fazer psicoterapia consiste em refletir sobre a própria realidade para que se possa adquirir e/ou desenvolver o reconhecimento da responsabilidade sobre si mesmo. Esse aprendizado possibilita a reconstrução contínua das experiências vividas ou imaginárias, pois é através dos recursos internos que a pessoa poderá compreender, solucionar e adaptar-se diante de antigas e novas experiências.
Adriana M. A. de Araújo
Consultoria via Skype.
Psicóloga clínica e hipnoterapeuta ericksoniana. – CRP: 06/56802-5
www.desenvolvimentoexcelencia.com.br

 

 

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